... tem tanto sentimento deve ter algum que sirva!

"E eu que pensava que não sabia nada, que nada fluía de mim, fora algumas palavras que rimavam, a maioria fora do contexto e umas outras, que nada sabiam sobre rimar...
Aqui está a prova de que palavras podem não mover o mundo, mas sem dúvida movem um ser. Nem que simplesmente na busca de mover uns mais! O que pra mim, já melhora muito as coisas!"

Samantha Carvalho

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Intimamente

Agora eu agarro-me encolhida. Abraço minhas pernas num pedido de mim mesma! Sinto que quero-me tanto, preciso de cada pedaço de mim. Mas como fundo, meu pensamento vaga em outra casa, noutro quarto, busca outro ser! Eu queria muito ser feliz e completa em mim mesma.... eu queria estar aqui, abraçando-me tranquila, e em carícias ao meu coração entender que eu me completo em demasia, que eu não preciso de você.
Parece fácil, abraçar-me é tão correto! Mas querer-me assim é exagerado, visto que desejar-te deve ter virado meu fado cruel! Agora em mim sinto dormência, sono, entrega. Vejo que desejar-me passou a ser o que eu denominaria em tão imatura sabidez de: escapar pela tangente!
Minha introspecção alterada não está totalmente limpa! É um estado alarmante! Ou um alarme visível apenas ao que enxergam no mais íntimo, aos que constantemente usam os olhos do coração e da alma. Porque olhar nem sempre significará ver. E dizer verdades agora não nos dá o suporte do qual necessitamos!
Eu gosto do que sinto em mim, mas ainda assim, medo hospeda-se em meus ânimos, altera o meu semblante. Porque aos que acham que amar é ter coragem, é enfrentar, eu digo que amar é muito mais recuar, desistir, deixar de estar! Porque se há amor, sei que se deve ter força, mas sei também o quão denso este se faz!
Não é pra qualquer peito suportar a dor de ter seu coração cheio de raladuras. Cheio de curativos repletos de sangue e de significados demais!
Não cansei de tentativas, por mais vilipendiadas que tenham sido. Sempre aceno pra elas no meio do caminho, porque parece ser lá o lugar onde nós não as deixamos ser. E as abandonamos por fim! Ou para fim!
Posso, por amor, tentar quantas vezes o meu coração permitir. Mas eu também o temo... ele te ama e te odeia sem páreos, pra desistir assim tão fácil! E isso me mata aos poucos, por me encher de vida demais!
Ainda estou em meu próprio colo. Cheia de parênteses e aspas. Cheia deste amor descomunal, desta paz infernal. Conservando uma força e uma fraqueza incomuns!

Uma, eu pedi pra ficar! A outra, insistiu!




Samantha Carvalho

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